(continuação)
Feitos os preparativos indispensáveis, só em 20 de dezembro instalou-se a Câmara sendo lavrada a seguinte ata:
“Acta de installação da nova Villa de Nossa Senhora da Penha creada pela ley Provincial nº 4 de 2 de Março de 1858 – Anno do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de mil oito centos e cincoenta e oito,trigésimo setimo da Independência do Império do Brasil, aos vinte dias do mez de Septembro do ditto anno nesta Villa de Nossa Senhora da Penha e na Caza destinada para as Sessões da Camara Municipal da mesma, ahi achando-se presente o Senhor Doutor José Alves dos Santos na qualidade de Prezidente da Câmara Municipal da cidade de Mogy Mirim commigo secretario abaixo declarado, e assim mais os sete cidadãos que compõem a Câmara Municipal desta villa eleitos a sete de septembro do corrente anno aos quaes o Senhor Prezidente deferio o competente juramento e deo posse na forma da Ley.Houve-se por instalada a sobredita Villa de Nossa Senhora da Penha creada pela Ley da Assembléia Legislativa Provincial Numero 4 de 2 de Março de 1858 cujo theor é o seguinte: - José Joaquim Fernandes Torres, do Conselho de Sua Magestade o Imperador, Senador do Império, Prezidente da Província de São Paulo & Faço saber a todos os seus Habitantes que a Assembléa Legislativa Provincial Decretou e eu Sanccionei a Ley seguinte. Artigo primeiro Fica elevada a Villa a Freguesia de Nossa Senhora da Penha do Município de Mogy Mirim com as mesmas divisas com que foi creada Freguezia – Artigo Segundo Ficão revogadas todas as disposições em contrario – Mando portanto a todas as Authoridades a quem o conhecimento e execução da referida Ley pertencer que a cumprão e facão cumprir tão inteiramente como nella se contem – O Secretario da Provincia faça cumprir e correr – Dada no Palácio do Governo de São Paulo aos dois dias do mez de Março de mil oito centos cincoenta e oito – José Joaquim Fernandes Torres (L.S.)Carta de Ley pela qual Vossa Excellencia manda executar o Decreto d’Assembléa Legislativa Provincial que houve por bem sanccionar elevado a Villa a Freguezia de Nossa Senhora da Penha do Município de Mogy Mirim na forma acima declarada.Para Vossa Excellencia ver – Francisco Martins de Almeida – Publicada na Secretaria do Governo de São Paulo aos dous dias do mez de Março de mil oito centos e cincoenta e oito.João Carlos da Silva Telles – Conferida João Carlos da Silva Telles Secretario do Governo – Os limites a que ora existem exceptuadas as que partem com a Villa de Mogy Mirim que daqui em deante começarão na Ponte do Alferes Ribeiro no Rio do Peixe e seguirão o caminho deste a Villa até ganharem o espigão que deságua por um lado para o Pires, e por outro para o Macucos, e seguindi por elle até a estrada da Penha a Mogy Mirim procurando-se dali em deante em linha recta o alto do espigão do Milhau na fazenda denominada Pinheiros – e dali acompanharão o mesmo espigão ater encontrarem a estrada da Villa a Serra Negra, a qual deste ponto em deante servirá da divisa até encontrar as actuaes entre ambas as freguezias. – Theor do Termo de Juramento e Posse aos vereadores – Termo de Juramento e Posse dos vereadores da Nova Villa da Penha – Aos vinte dias do mez de Septembro de mil oito centos cincoenta e oito nesta Villa de Nossa Senhora da Penha e na caza destinada para as sessões da Câmara Municipal da mesma Villa, ahi acharão-se prezentes os Cidadãos Tenente Coronel Francisco Lourenço Cintra,Jeronymo Gonçalves Lopes, Tenente Luiz Antonio Pereira da Silva, Francisco da Rocha campos, Capitão José Mariano de Toledo, Alferes Manoel Vicente de Araújo Cintra e Francisco d’Assis Araújo Cintra, eleitos a Sete de Septembro do corrente anno para o cargo de vereadores municipaes desta Villa aos quaes o Senhor Prezidente da Câmara Municipal de Mogy Mirim deferiu juramento e deo posse na forma da ley. Do que para constar lavrei o prezente Termo em que assigna o ditto Senhor Prezidente com os vereadores. Eu Francisco Possidonio de Brito Secretario da Câmara de Mogy Mirim que escrevi.José Alves dos Santos – Francisco Lourenço Cintra – José Mariano de Toledo – Luiz Antonio Pereira da Silva – Manoel Vicente de Araújo Cintra – Francisco d’Assis d’Araujo Cintra – Francisco da Rocha Campos – Jeronymo Gonçalves Lopes.E por essa forma achando-se preenchidas as formalidades da Ley e o disposto aos Decretos de 13 de Novembro.de 1832, 22 de Julho de 1833 e a Portaria do Exmo.Governador da Província de 26 de Junho do corrente anno de 1858 – deo-se por impossados os Vereadores que compões a Câmara Municipal da mesma, assim e como nesta se contem e declara.Do que para constar lavrei o presente Auto no qual assigna o dito Senhor Prezidente da Câmara Municipal de Mogy Mirim com os Vereadores desta e Eu Francisco Possidonio de Brito secretario que escrevi (seguem-se as assignaturas.)”
Em 21 de agosto foram nomeados os primeiros funcionários municipais: Jacyntho José de Araújo Cintra, secretário; João Baptista de Assis Glória, fiscal; José Manoel Soares, procurador e José Francisco, porteiro.
Cogitando de várias medidas, os edis entenderam que a proibição das armas fosse das principais pelo que na sessão de 27 de novembro ficou estabelecido não ser tolerado o uso, na povoação, de pistolas, bacamartes, facas de ponta, sovelões, punhais, espadas, foices e machados.
Nesse mesmo dia iniciou-se a construção do prédio especial para a cadeia e câmara – localizado nas vizinhanças do ponto em que agora esta o coreto, no jardim público – sendo incumbido da direção dos trabalhos o sr. Comendador Cintra.
Antigo prédio da Câmara Municipal e Cadeia, localizado no Largo da Cadeia ao lado da atual Praça Bernardino de Campos.Aqui também funcionou desde sua fundação em 1858 a 1860 o 1º Fórum de Itapira e uma Escola.
Até 1858 só existia uma escola particular, dirigida por D. Thereza Gertrudes do Carmo pelo que a Câmara obteve a localização da primeira escola pública, regida pela professora Elisa Carolina de Toledo Dantas.
A velha capela, toda de madeira, muito baixinha, estava em ruínas.A municipalidade ordenou a sua demolição, sendo os materiais vendidos e o produto aplicado em favor da matriz nova.
Em 23 de janeiro de 1859 a vereança deliberou a cobrança do imposto de seis patacas de cada rês abatida.
Estava quase concluído, em abril de 1860 o prédio da câmara e cadeia em parte ocupado.Compunha-se de dois andares tendo, no superior uma enxovia, sala livre, grande salão para as sessões da vereança e pequeno cômodo destinado ao arquivo.No pavimento inferior, a sala em que funcionava a escola, duas outras pra alojamento dos soldados e enfermaria dos presos.
Interessante haver apenas uma escola em todo o município e para fiscalizá-la a câmara nomeou como inspetor escolar, em 23 de abril de 1860 o sr.dr.Joaquim Floriano de Araújo Cintra.
Nesse ano, segundo uma estatística municipal a lavoura cafeeira representada por 52 propriedades, estava em começo, empregando cerca de 600 pessoas e tendo a colheita atingido a 40.000 arrobas.Quanto à lavoura de fumo, dera a colheita de 3.000 arrobas, como o concurso de 100 pessoas.
Em 5 de dezembro de 1860 o exmo. Bispo Diocesano criou, por provisão, a Irmandade do S.S. Sacramento, confirmada por decreto do presidente da província, datado de 29 do mesmo mês e ano.
A Câmara concluíra seu mandato sendo empossada a vereança que devia servir até 1864 e que era composta dos srs. Tte.cel.Francisco Lourenço Cintra, presidente; Joaquim Henrique de Alvarenga, Pedro da Rocha Campos Cardoso, Ignácio de Loyolla Araújo Cintra, Miguel Antunes Garcia, José Joaquim Vieira e José Rodrigues de Siqueira Bastos.Foram juizes de paz para o mesmo período os srs. José Mariano de Toledo, Bento José de Araújo Cintra, João Baptista Pinto e Joaquim da Rocha Campos Netto.
A guarda da cadeia, composta de dois soldados, não tendo meios para iluminar o edifício resolvera o caso acendendo, todas as noites, grande fogueira nos compartimentos inferiores.A câmara em sessão de 30 de agosto de 1864, deliberou impedir a continuação do mau hábito, determinado o fornecimento diário de...uma vela de sebo aos soldados!
Em 1864 teve início cultura de algodão no município. Nesse mesmo ano aqui chegou o suíço Conrado Wiesmann, que foi o precursor da religião protestante na localidade.
Joao Conrado Wiesmann
e sua esposa Amalia Bolliger
Foi empossada a câmara da legislatura que devia ir de 1865 a 1868.Compunha-se dos srs.tte.cel. Francisco Lourenço Cintra, presidente, Joaquim Henrique de Alvarenga, João Baptista Soares, Luis Pires Cardoso, Bento Domingues de oliveira Paes e Joaquim da Rocha Campos Netto.
No juizado de paz entraram os srs.cap.José Mariano de Toledo, dr. Joaquim Floriano de Araújo Cintra e José Theodoro Pereira da Silva.
Tendo a edilidade pedido em 22 de abril de 1865, a instalação de uma agencia postal, o governo atendeu prontamente, sendo criada a nova repartição em 18 do mês seguinte e nomeados os srs.Bento Domingues de Oliveira Paes Ignácio Gomes da Cunha, para agente do correio e ajudante.
Rebentando a guerra do Paraguai, a municipalidade, em sessão de 24 de setembro de 1865, deliberou convocar o povo para uma grande reunião afim de ficarem resolvidos os meios de auxiliar a luta em que o Brasil se empenhava.Esse comício ocorreu no dia 29 de outubro, sendo nomeada uma comissão para obter dinheiro, aliciar voluntários, preparar a Guarda Nacional etc. e outra parte conseguir auxílios em prol do asilo dos inválidos da pátria.Da primeira fizeram parte os srs.cap.José Mariano de Toledo, alferes Pedro da Rocha Campos Cardoso, Ignácio Gomes da Cunha, Bento José Pereira da Silva, tte.Francisco de Assis Araújo Cintra, tte.Mariano Gomes da Cunha, Antonio Felipe Nery, Francisco Antunes Garcia, Francisco da Rocha Campos, tte.Filadelfo de Souza Ferreira, alf.José Joaquim Vieira, Francisco de Assis Soares, Padre Gaudêncio Ferreira Pinto. A outra era composta dos srs.Pedro da Rocha Campos, João Baptista Assis Gloria, Bento Domingues de Oliveira Paes,João Maria de Toledo Dantas, alf.Francisco Manoel Pereira, José Teodoro Pereira da Silva, Luis Pires Cardoso, Francisco Mendes de Oliveira, Manoel da Rocha Campos, José Antonio Pinheiro de Toledo, Antonio Gomes Moreira Azevedo, Luis Antonio Pereira da Silva,e José Augusto Araújo Cintra.
O sr. Francisco de Assis Cintra arrecadou 170$000 para auxiliar a luta, entregando tal importância à Câmara que, entretanto não a encaminhou para o fim a que se destinava.
Quanto ao recrutamento geral para o Paraguai, foi feito nos meses de novembro e dezembro do mesmo ano, sob a orientação do sub-delegado cap. Bento José de Araújo Cintra.Falhou por completo tendo sido recrutados apenas 15 indivíduos segundo consta o arquivo municipal (ata de 27 de outubro de 1866), em conseqüência de estarem homiziados todos quantos poderiam pegar em armas e já terem seguido voluntariamente as pessoas de boa vontade.
Em 1868 aqui funcionavam duas escolas públicas e uma particular todas com enorme freqüência.
De 1860 a 1872 serviram no governo municipal os srs.d. Joaquim Floriano de Araújo Cintra, presidente; alferes João Baptista Cintra, Bento Domingues de Oliveira Paes, alferes João Baptista Gonzaga Cintra, Bento José Pereira da Silva, Joaquim da Rocha Campos Netto e José Antonio de Carvalho e juízes de paz os srs.cap.Bento José de Araújo Cintra, tte.Francisco de Assis Araújo Cintra, Francisco Assis Soares e Francisco Antunes Garcia.
Em fevereiro de 1870 entrou para a agencia do correio o sr. Joaquim Ignácio de Alvarenga Cunha.
Atendendo a uma representação do povo, o governo, pela resolução n.41 de 20 de abril de 1871, mudou para Penha do Rio do Peixe o nome do município.
A legislatura de 1873 a 1876 teve como vereadores os srs. Cap. João Baptista Cintra, presidente; Theodolindo Cesar Ramos,Bento José Pereira da Silva, David José Pereira da Silva, José Antonio de Carvalho, alferes José Avelino Gomes da Cunha e Joaquim Ignácio de Oliveira Luz.
Juízes de paz, srs.alferes José Augusto de Araújo Cintra, tte. Joaquim da Rocha Campos Netto, Antonio Domingos de Oliveira César e dr. José Joaquim de Morais.
Fundada a igreja evangélica em 10 de janeiro de 1876, os seus membros pediram à Câmara a designação de terreno para o cemitério dessa crença.Simultaneamente a Irmandade do Santíssimo Sacramento fez igual pedido (ata de 9 de abril de 1876).A Câmara declarou só poder resolver quando o sr. Comendador efetivasse tal doação.Logo após – em 4 de maio – o comendador Cintra satisfez os desejos dos edis e estes designaram terrenos para as aludidas corporações, anexos ao cemitério municipal.
1 - Bairro do Cubatão - Morro do Macumbê - 1910
A última casa assobradada no fim do morro pertencia ao Sr.Jacob Bologna, co-fundador da Igreja Presbiteriana de Itapira
2 - Detalhe da imagem acima.Construção onde deveria funcionar um Hotel
Nesse sobrado foram realizadas as primeiras predicas do culto evangélico em Itapira antes da construção do atual templo.
Igreja Presbiteriana em 1935
Tomaram posse os vereadores que deviam servir de 1877 a 1880 e eram os srs.dr. Joaquim Floriano de Araújo Cintra, presidente; dr. José Joaquim de Morais, José Alves de Andrade, Bento José de Toledo, José Antonio de Carvalho, tte.Francisco Ignácio Quartim e Joaquim Floriano Pereira da Silva.No mesmo período foram juízes de paz os srs.Antonio Domingos de Oliveira César, João José Espínola, Vicente José Ramalho e José Augusto de Araújo Cintra.
Lembrada pelo governo do estado a criação do termo da Penha do Rio do Peixe, a edilidade representou contra essa medida, em 22 de fevereiro de 1877, alegando ser pequeno o número de jurados no município que contava nessa época – segundo recenseamento procedido – 5.895 habitantes.
As ruas da vila estavam conservadas cuidadosamente.Desejando conservá-las, a Câmara proibiu a passagem de carros tirados por bois, no perímetro urbano.
Apesar da representação do governo municipal, a que antes aludimos, as autoridades provinciais criaram o termo em 17 de outubro de 1879, ocorrendo a instalação a 8 de novembro do mesmo ano e sendo o fato comemorado com a celebração de solene “Te Deum” na Matriz..Nessa ocasião receberam nomeação para 1º, 2º e 3º suplentes do juiz municipal, respectivamente, os srs.Cap. João Baptista Cintra, Delfim José da Rocha Campos e Joaquim Floriano Pereira da Silva.
A instalação do Fórum de Itapira se deu a 8 de março de 1880. Sua construção foi realizada entre os anos 1858 e 1860 e ali funcionou inicialmente a Câmara, a Cadeia e uma Escola.
A primeira sessão do Júri realizada em Itapira, antes de ser comarca, foi no dia 8 de março de 1880, presidida pelo dr. João Gonçalves de Oliveira, juiz de Direito de Mogi Mirim, servindo de promotor o dr. Pedro Nunes Leão Velloso e escrivão interino José Pires Monteiro.Entrou em julgamento o réu José Francisco de Camargo acusado de haver, em julho de 1875, na vila da Penha, assassinado a Lucio, escravo do tenente coronel Estanislau José de Oliveira, usando para isso uma foice.Para o sorteio do Júri de sentença o juiz ordenou ao menor Bento que fosse extraindo as cédulas, cada uma por sua vez, o que foi observado pelo aludido menor, sendo sorteados os jurados seguintes: Joaquim Gomes da Cunha, Francisco Oliveira Rocha, Salvador Nardez de Vasconcellos Tavares,Pedro da Rocha Campos Cardoso, José Avelino Gomes da Cunha, Bento José Pereira da Silva, Hermenegildo Pupo Nogueira, Francisco de Assis Araújo Cintra,Ludovino Xavier da Silveira, Bento José de Toledo, David José Pereira da Silva e Ladislau Antonio de Araújo Cintra. O réu foi absolvido.
Em 15 de setembro de 1880 foram iniciados os trabalhos relativos à construção de um ramal férreo ligando este município a Mogi Mirim.
O período legislativo de 1881 a 1884 teve como vereadores os srs. Major José Augusto de Araújo Cintra, presidente; Antonio José Villas Boas, Bento Jose de Oliveira Rocha, Jacyntho de Araújo Cintra, José Gomes de Alvarenga Cunha, Joaquim da Rocha Campos Netto, Antonio Carlos da Cunha Canto, Joaquim Floriano Pereira da Silva e Jacyntho Bueno de Araújo Cintra.
A vila ainda não possuía iluminação pública, sendo alvitrada a idéia de efetivar-se esse melhoramento por meio de combustores a querosene.Entretanto, faltando à edilidade os recursos para a aquisição dos respectivos lampiões, o vereador sr. Antonio José Villas Boas propôs - em sessão de 12 de janeiro de 1881 – que a compra fosse feita com o produto de uma subscrição popular.Aprovada a idéia, foram instalados 20 lampiões belgas nas principais ruas.
Em 21 de maio de 1881 a edilidade endereçou à Assembléia Legislativa uma representação concebida nos seguintes termos:
“Ilmos.e Exmos. Srs. – Respeitosamente vem a presença de V.Excias. à Câmara Municipal.da Vila da Penha representar por sua elevação a categoria de cidade, sendo de justiça esse seu ”desideratum” pois possui ela uma boa matriz, uma excelente cadeia e casa de Câmara e uma população de mais de 7.000 almas. Confiada esta Câmara na justiça desta sua pretensão que é do município todo e nos bons e altos sentimentos dessa ilustre e patriótica Assembléia, espera que será atendida nesta sua representação.Paço da Câmara Municipal da Penha do R. do Peixe 21 de maio de 1881.” Estavam assinados todos os vereadores.Na mesma ocasião outro memorial solicitava a instalação da Comarca."
A lei n.62 de 28 de maio de 1881 criou a Comarca do Espírito Santo, composta dos termos do Espírito Santo e da Penha do Rio do Peixe.
E 4 de junho do mesmo ano a edilidade aprovou a proposta do vereador Bento José de Oliveira Rocha, para que se desse o nome de João Gonçalves de Morais à nova rua aberta em frente ao portão do cemitério,em homenagem ao doador dos terrenos em que está a localidade.
Attendendo à representação antes trasncripta, o governo elevou a Penha do Rio do Peixe a cathegoria de cidade pela lei nº 89, de 27 de junho de 1881.Em 6 de Agosto de 1881 deu-se a solenne installação com grandes manifestações da população.
Em 1881 para aqui veio o medico dr.Henrique Guedes de Mello, estando em funcionamento a farmácia “Leão Vermelho”, fechada no ano seguinte para dar lugar a uma outra pertencente ao farmacêutico prático Joaquim Ulisses Sarmento.Também o facultativo a que antes aludimos retirou-se, substituído pelo dr. Carolino Ferreira da Silva.
O serviço de iluminação pública a querosene estava pronto pelo que na semana santa de 1882 a Câmara mandou acender os lampiões
Em 31 de julho de 1881 teve lugar a inauguração solene do serviço ferroviário local. A estação, toda ornamentada, acorreu a população em peso, acompanhada de música, sendo festivamente saudada a chegada do primeiro comboio.
Dizem antigos que aqui esteve, nesse dia o Imperador D. Pedro II.Parece-nos errônea, todavia, tal informação, porquanto nenhuma referência a respeito conseguimos encontrar nos arquivos das repartições desta cidade.
Em 9 de julho de 1882 a Câmara havia deliberado dar nome às ruas fazendo-o da seguinte forma: A travessa que da casa Vieira & Irmão vai ao chafariz: Rua da Fonte – A que passa pela casa do cônego Thomaz: 28 de Setembro – A que da casa de Messias Antonio Franco vai à frente da casa de Frederico Prado: Rua Saldanha Marinho – A que vai da casa de José Antonio de Carvalho até a aguada do povo: Rua Tiradentes – a que vai da casa de Mariano Gomes da Cunha à estação: Rua dos Andradas - a que da casado comendador João Cintra ao ribeirão: Rua 1º de março – a que vai da casa do cap.João casa de Ludovino Xavier: Rua Regente Feijó – a que vai da casa dos herdeiros de Bento Domingues de Alvarenga ao cemitério:Rua do Conselheiro Saraiva – a que desce da casa dos filhos de D. Maria Cândida de Oliveira para o ribeirão: Rua do Gen.Osório – à rua Formosa: Ladeira de S. Cruz.
Em 1 de janeiro de 1883 teve lugar a inauguração da iluminação pública a querosene sendo contratante desse serviço o sr. João Baptista Trani.
A 8 de fevereiro abriu-se o matadouro municipal.
Prédio do Matadouro Municipal em 1935
Nesse mesmo ano entraram para o governo do município, como vereadores os srs.Albano Leite da Cunha Canto, presidente; Manoel da Rocha Campos Cardoso, Francisco de Oliveira Rocha, cap.João Baptista Cintra, tte.Joaquim Ignácio de Alvarenga Cunha, José Manoel Pereira da Silva, David José Pereira da Silva e cap. Ladislau Antonio de Araújo Cintra. Foram empossados no juizado de paz os srs. tte.Joaquim da Rocha Campos Netto, tte.Joaquim Floriano Pereira da Silva e major José Augusto de Araújo Cintra.
Com muita solenidade inaugurou-se em 5 de março, ainda de 1883, um colégio dirigido pelo prof.Tarquínio da Silva.
As ruas da localidade já tinham nomes, faltando, porém, as inscrições nas esquinas.Em sessão de 25 de fevereiro de 1883 a Câmara resolveu dar essa providência.
O ano de 1883 foi assinalado por um acontecimento realmente interessante: a instalação da comarca de Espírito Santo do Pinhal....em Itapira.
Criada essa comarca pela lei n.62 de 28 de maio de 1881 não havia sido instalada o que só ocorreu em 30 de outubro de 1883, em sessão da edilidade local.
A propósito encontramos quanto vai abaixo, à fl 66 v. e seguintes do livro de atas da Câmara desta cidade.
“Neste ato compareceu o juiz municipal primeiro suplente em exercício Joaquim augusto Gomes da Cunha, recebido com as formalidades do estilo tomando assento na cabeceira da mesa, leu o ato oficial que designou o dia de hoje para a instalação da comarca e depois de transmitida a jurisdição de juiz municipal ao vereador Manoel da Rocha Campos Cardoso assumiu a jurisdição plena de juiz de direito da Comarca, dando posse e juramento ao promotor nomeado dr. José Joaquim de Morais e declarou instalada a mesma comarca providenciando sobre a instalação do Registro das Hipotecas (a cargo do oficial interino Joaquim Augusto Gomes da Cunha) e sobre os dias das audiências e mais formalidades, sobre a publicidade da instalação oficial o que tudo assistiu a Câmara em corporação reunida a comissão da câmara municipal da cidade de Espírito Santo do Pinhal tte.Vicente Gonçalves da Silva, alferes José Theodoro Garcia Leal e Francisco Bernardes de Oliveira Mineiro.
Usaram da palavra, na ocasião os srs.dr. Felizardo Pinheiro de Campos Muller, Manoel Mario de Castro Camargo e dr. Francisco Álvaro Bueno de Paiva. Este último que era formado em direito para aqui mudou-se, abrindo escritório de advocacia.
Os festejos projetados foram suspensos, em virtude do falecimento do sr.Joaquim Gomes da Cunha.
Compunha-se o legislativo de 1887 a 1890 dos srs. Dr. José Joaquim de Morais, presidente; José Gomes de Alvarenga Cunha, Simão Cananeo Monteiro, Joaquim Ulisses Sarmento, Alfredo de Azevedo, Francisco Otaviano de Vasconcellos Tavares, João Manoel Pereira de Oliveira,Manoel da Rocha Campos Porto, e João Baptista da Rocha. Juízes de paz: Joaquim da Rocha Campos Netto, Messias Antonio Franco, David José Pereira da Silva e José Vitoriano Villas Boas.
Em 1887 os prédios da zona urbana receberam numeração.
A edilidade da época empenhava-se com maior esforço no sentido de dotar a cidade de abastecimento d’água, mas a falta de recursos com que lutava o erário municipal aniquilava todas as tentativas.Procurando sanar o inconveniente, em sessão de 28 de fevereiro de 1887 o vereador sr. Alfredo de Azevedo propôs e foi aceito, que se angariassem donativos da população.O governo da província, por seu turno, autorizou a aplicação do produto de uma loteria destinada a auxiliar as obras da Santa Casa, em favor do abastecimento.(Lei provincial n.37, de 26 de março de 1887).
Longa representação da vereança solicitou a fundação de uma escola superior com sede nesta cidade.
Violenta epidemia de varíola assolou o município em 1887. Grandes foram os serviços prestados nessa dura emergência pelos srs. Vitoriano Gomes Barreto e Alfredo de Azevedo.Este último custeou, de seu bolso todas as despesas feitas com os variolosos indigentes recolhidos ao isolamento, localizado no bairro dos Martins e onde estava como enfermeiro o sr. Aurélio de Alvarenga.
Em 24 de março de 1888 falece o notável homem público sr.Bento José Pereira da Silva, filho do fundador de Itapira de Manoel Pereira da Silva e de Isabel de Godoy Moreira.
No dia 14 de maio de 1888, sabida a notícia da emancipação dos escravos, a Câmara reuniu-se.Aberta a sessão pelo vice-presidente em exercício cap. Alvarenga Cunha, este propôs “que em homenagem à gloriosa lei de 13 do corrente, que extinguiu a escravidão no Império do Brasil, apagando de nossa pátria essa negra mancha que por tanto tempo nos humilhou perante os povos civilizados, a câmara não se ocupasse em seus trabalhos ordinários na presente sessão.Foi aprovado com as maiores demonstrações de simpatia.” Suspensos os trabalhos, os vereadores foram a matriz, assistindo o solene “Te Deum” e tomando parte, depois, em grande passeata cívica.
Em 31 de agosto desse ano foi aberto o primeiro mercado provisório e em 31 de dezembro a Câmara informou ao governo que, de 1 de março de 1874 até aquela data , haviam sido celebrados 13 casamentos de acatólicos no município.
Proclamada a República, teve lugar imponente sessão pública comemorativa, a 17 de novembro de 1889, presidida pelo sr. dr. José Joaquim de Morais e estando presentes todas as autoridades locais.
Votou-se nessa ocasião, expressiva moção de solidariedade ao regime que acabava de ser implantado.
Feito o plano de abastecimento d’água pelo engenheiro dr. Huet Bacellar, a Câmara chamou concorrentes a 28 de janeiro de 1890.
Em 3 de fevereiro foi dissolvida a vereança, substituída por um Conselho de Intendência composto dos srs.João Jackson Klinke, presidente; João Mafra, Antonio da Costa Dantas, Antonio Candido Ferraz Salles e Joaquim Pires Monteiro, logo empossados.
A Companhia Luz Elétrica de São Paulo propôs ao Conselho, em 8 de fevereiro, dotar a cidade de iluminação por eletricidade.Nessa mesma ocasião o intendente sr. Joaquim Pires Monteiro propôs que se representasse ao governo pedindo mudar para Itapira o nome do município.
Em 20 de fevereiro de 1890 exonerou-se o intendente sr. Antonio Candido Ferraz Salles, sendo nomeado em substituição o sr. Alfredo de Azevedo.
Na sessão do Conselho de Intendência de 29 de março de 1890 foi deliberada a mudança da denominação das ruas pela seguinte forma:Largo da Matriz para Largo Liberdade – Largo do Mercado para Praça Benjamin Constant – Rua Pescadores para Rui Barbosa – rua do Comércio para Francisco Glicério – rua Municipal para General Deodoro –Rua Cap.Fortunato para Quintino Bocaiúva – Rua Manoel Pereira para 15 de Novembro – Rua Visconde Rio Branco para Prudente de Morais – Rua 28 de Dezembro para Rangel Pestana – Rua Santa Cruz para Saldanha Marinho e Rua Ipiranga para Campos Salles.
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